quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Bife à Marrare


Ingredientes: 1 bife do pojadouro, 2 colheres de sopa de manteiga, sal e pimenta qb, 2 colheres de sopa de natas.

Confecção: Numa frigideira com o fundo pesado derreter metade da porção da manteiga.Quando estiver bem quente colocar o bife e deixar alourar ligeira e rapidamente de um dos lados. Virar o bife e repetir o processo. Temperar com sal pimenta. Retirar a gordura da frigideira (conservando lá o bife) e juntar a restante manteiga.Reduzir o lume, deixe cozinhar o bife durante uns minutos e, agitando a frigideira, adicione as natas. Deixar engrossar o molho agitando sempre.Colocar o bife num prato aquecido e regar com o molho.

D. Carlos I, Rei de Portugal assassinado em 01 de Fevereiro de 1908











D. Carlos I, Rei de Portugal, nascido em 28 de Novembro de 1863 e assassinado – juntamente com o seu primogénito D. Luís Filipe, Príncipe da Beira – em 01 de Fevereiro de 1908 foi durante demasiados anos ou vilipendiado ou ignorado.
A comemoração do 1º centenário do Regicídio tem – e ainda bem – contribuído para uma espécie de limpar da sua memória e proceder à sua reabilitação como, conforme é a minha opinião, o melhor monarca constitucional português.
Homem de muitos talentos e profundamente amante dos prazeres da vida, foi obrigado a reinar num ambiente muitíssimo adverso, rodeado de uma corja de políticos covardes e corruptos que pululavam no “Bloco Central” de então, formado pelos Partidos Regenerador e Progressista e corroído pelo fanatismo Republicano e Anarquista.
Para quem se interessar em saber mais sobre este nosso malogrado monarca ver AQUI








Os quadros são de autoria de D. Carlos I.




segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

domingo, 27 de janeiro de 2008


Grão de bico à maneira (a minha)


Ingredientes: grão de bico cozido, bacon picado, uma banana às rodelas, rebentos de soja, amêndoas laminadas, alho picado, cebola picada, azeite, uma colher de sopa de polpa de tomate, uma colher de chá de caril, uma colher de chá de açafrão, uma colher de chá de molho de soja, uma pitada de piri-piri, sal qb.

Preparação:
Numa tigela colocar o grão de bico, polvilhar com o caril, o sal e o açafrão, misturar bem.
Numa tigela misturar a polpa de tomate com o molho de soja.Numa sertã colocar um fundo de azeite, quando estiver quente adicionar o bacon, o alho, a cebola e as amêndoas. Fritar ligeiramente e acrescentar o grão de bico, as rodelas de banana e depois os rebentos de soja. Misturar bem. Juntar a polpa de tomate e soja. Mexer bem

1000º recurso apresentado em sede de Purgatório, tendo como objectivo a entrada no Paraíso de um indistinto vagabundo...

Eis que aqui estou perante Vós, a milionésima vez que cá estou.

À vossa estafada pergunta, Senhores Juízes do Purgatório, porque em vida não amei ninguém, respondo-vos com a mesma estafada resposta:

Amei a cidade. A cidade orgânica, organismo vivo, território físico e mental. Amei a promiscuidade diferente dos que não se conhecem e se cruzam anonimamente. O quente dos corpos que se roçam, que se chocam, que embrulham corações frios que não se conhecem, nem querem conhecer, uns aos outros.
Amei os cantos escondidos da urbe. As esquinas, os becos sem saída. Os cafés grandes, com espelho na parede, repletos de gente, em que só nos olha o nosso próprio olhar reflectido pelo espelho.
Amei a força da urbe, muitíssimo mais forte que a força da gentes que a formam. Amei o seu acordar ritmado e cedo, mesmo depois de ter teimado em não se deitar.
Amei as conversas da cidade que são sempre ecos de conversas.
A cidade foi a minha paixão constante. Coleccionei-as, na medida em que elas se deixam coleccionar. No álbum das minhas memórias guardei cheiros, sons, ruídos e imagens de muitas e muitas cidades deste nosso mundo. Cidades tão diferentes e no entanto tão parecidas. Cidades tantas que amei cada uma como se fossem únicas.
Há cidades para que foram feitas para nelas caminhando olhando para o alto, para os pisos avarandados que o azul da frecha entre os telhados consegue pintar, em contraste com o cinzento carregado do cá de baixo. Ficai a saber, se não o sabeis, o Porto é uma cidade para caminhar a olhar para o alto.
Há cidades que foram feitas para nos encostarmos a uma esquina de uma das suas colinas e nos deixarmos ofuscar pelo sol reflectido no branco sujo e amornar pelo calor. Lisboa é uma cidade boa para nos encostar-mos a uma esquina.
Há cidades que foram feitas para nos perder de todos e de nós mesmos, absorvidos pela trama intrincada das suas ruas e avenidas, pela mole imensa das suas gentes, pelas cronologias sobrepostas e todas anacrónicas, pelos contrates sintetizados pela não síntese. Shanghai é uma cidade excelente para nos perdermos, para nos arrastarmos pelo ritmo indolente da própria passada, anonimamente anónimos na Bund, parando aqui e ali embasbacados a ver o lado de lá que é cibernético, que é Blade Runner, que é Pudong.

Tendo amado assim a cidade, e nela todas as cidades do mundo, não é justo que afirmeis que não amei ninguém.
Amar a cidade é amar todos sem distinção ou preconceito, sem conveniência ou circunstância propícia.
Amar a cidade é saber-nos iguais ao mais pequeno dos pequenos e ao mais relevante dos salientes.
Amar a cidade é saber ver na solidão de cada um a dignidade intrínseca do ser que rasga a samarra, tecida com o ruído, a indiferença e a opacidade da multidão.

Tenho dito!

...tenaz e sombra à boca da lareira...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Conto - "O Reveillon do Cínico"

Olhou em redor de si, fixando-se demoradamente naqueles rostos, em todos aqueles que o seu olhar conseguia abarcar, rostos que ansiosamente berravam a passagem dos segundos, em crescendo sonoro até ao zero.
Não conseguia berrar com eles, nem sequer percebia muito bem porque o faziam. Tudo, naquele som ritmado, que se ia transformando em clamor, lhe fazia lembrar um arfar forte, ansioso e desesperado, próprio de quem busca, com urgência de avassalador desejo, um orgasmo.
Ora um orgasmo, pensou, não servia como o sentir apropriado a uma passagem de ano, que pressupõe esperança de renovação, uma doce e terna esperança. Um orgasmo ou nos leva ao abandono do vazio ou ao sabor a fel. Não há meio termo. Abandono para reinicio é algo muito pouco conveniente, um amargor para um recomeçar é mais de meio caminho andado para a desistência.
Foi parar aquela festa por obrigação. Uma obrigação terna é certo, mas obrigação. Uma obrigação devida a uma relação guardada numa das gavetas da gigantesca estante da sua memória.
Ela tinha-lhe telefonado.
Tinha-lhe telefonado várias vezes, queria-o na sua cidade e na sua festa.
Finalmente o Zero!
Que pena o Zero!
Abraços, abraços e mais abraços, beijos, beijos e mais beijos, trocados indiscriminadamente, palavras, palavras e mais palavras, tão bem intencionadas e tão sem sentido.
Procurou-a com os olhos, olhou-a, assim de longe, para que ela de dele só tivesse um ápice demasiado rápido para qualquer palavra, pôs os dedos nos lábios e soprou-lhe um beijo.
Pegou no sobretudo e saiu. Como gostava ele de sair assim, à francesa.
Tinha vindo de taxi, optando por deixar o carro no labiríntico parque do hotel. Detestava conduzir depois de ter bebido.
Ao contrário do bem, gostava sempre de saber exactamente o mal que fazia.
Decidiu regressar a pé.
A noite estava muito fria, densa, carregada de uma névoa feita de morrinha, fumo condensado e libações do rio, aquilo a que os ingleses chamam smog.
A meio da ponte decidiu parar, debruçando-se sobre o varandim molhado, tentando ver o rio, que mais não era de que uma massa líquida, negra, murmurante e apenas pressentida.
Gostava de escutar o som da água que corre, da mesma forma que gostava de escutar o tique-taque dos ponteiros de um relógio - especialmente daqueles relógios de parede -, e o bate bate contínuo das ondas nas rochas.
Esses sons ajudavam-no a melhor percepcionar a noção de perenidade. A perenidade foi uma das certezas que perdeu nesse caminho de meia vida. Nada dura, muito menos as ilusões, sobretudo as ilusões.
Deixou-se enlevar por aquela corrente escondida no breu, da qual só escutava o roçar forte das águas de leito cheio pelas margens, que reproduzia um som regular, de efeito quase hipnótico.
Essa espécie de rumor ronronado tinha o condão de o fazer mergulhar em miragens do passado ou de o levar a divagações, erráticas, e muitíssimo conceptuais.
Esse exercício, quase involuntário, fazia-o descansar, por mais esforço de raciocínio a que muitas vezes o obrigava.
Encaixava esse paradoxo orgânico-mental no mesmo que o levava a foder muito mais quanto mais cansado, do ponto de vista intelectual, se sentia.
Esse enlevo tranquilo que lhe permitia esconder-se do desconforto da noite, levou-o à consciência de que era um homem habituado a fazer. Toda a vida fez coisas. Coisas com sentido e, algumas vezes, tantas vezes, coisas sem sentido nenhum, pelo menos com sentido descortinável por essa sua santíssima vocação de analista sistemático.
A única diferença, recordando-se de um passando não muito longínquo, é que quase já não sentia prazer em fazer o que quer que fosse, embora não conseguisse passar sem persistir em fazer. Facto que não o assustava, aliás facto em relação ao qual se estava nas tintas.
Que raio de desprendimento seria esse ?
Começava a sentir falta de não ser religioso. Mais pena do que falta. De não ter a que se agarrar, de não ser portador de uma fé para depositar esse desalento todo, de não se esperançar na confortante promessa da redenção, sentida como uma espécie de abraço caloroso de um deus humanizado.
“Felizes os que têm coração de pobres, porque é deles o Reino dos céus! Felizes os que choram, porque Deus os consolará! Felizes os humildes, porque terão como herança a Terra Prometida! Felizes os que têm ânsia de cumprir a vontade de Deus, porque Deus lhes satisfará os anseios! Felizes os que tratam os outros com misericórdia, porque Deus os tratará com misericórdia também! Felizes os sinceros de coração porque hão-de ver a Deus! Felizes os que procuram a paz entre os homens, porque Deus lhes chamará seus filhos! Felizes os que serão perseguidos por cumprirem vontade de Deus, porque deles é o Reino dos Céus! Considerem-se felizes quando vos insultarem e vos caluniarem, por serem meus discípulos! Alegrem-se e encham-se de satisfação, porque grande é a recompensa que vos espera no céu. Pois assim também forma tratados os profetas que viveram antes de vocês.”
É evidente que acreditava em deus. Acreditava é claro. Acreditava na sua ex-machina pessoal e particular. A tal o condenava a maldita lógica clássica e no entanto tão judaica na busca de um porquê para tudo.
Este seu deus, um estranho deus para a maioria, não é mais do que um primórdio perdido nas brumas avassaladoras do Tempo, um subtil princípio inspirador, causa absoluta de um incomensurável total. Que não é bom nem mau. Que é tudo e nada. Que é gélido e árido como uma paisagem lunar ou polar. O seu deus é a mais absoluta das indiferenças.
Concedia-lhe dois papéis. O de ser a chama da ignição do imenso motor universal e – também – o de ser um primo-impressor, na energia colectiva que a nossa espécie partilha com o que há de mais, de uma ténue noção de Bem e de Mal.
Ele sabia o que é o Bem. Ele sabia o que é o Mal.
Nunca teve a veleidade de recorrer a este seu deus. Meu deus, meu deus. Sempre o tratou com desdém. Não um desdém filho da arrogância, mas um desdém de que sente a inutilidade do recurso para o agora que eventualmente se impunha.
Mas era difícil...era difícil e cómico viver assim. Assim só. Assim desamparado. Assim tão confrontado consigo mesmo. Mas sempre assim foi.
Ele não tinha direito a um perdão concedido em justa troca por uma confissão. Das suas escassas confissões, feitas aos outros e feitas a si mesmo, resultavam sempre condenações. Umas eternas. Outras nem tanto. Mas sempre condenações. Às vezes, em excepções raríssimas...algumas compreensões. Nada mais do que isso.
Tinha inveja de quem tem fé. Sobretudo dos católicos. Religião que se fez tão amena e doce. A Igreja Católica é uma mãe, uma terna mãe corporizada paradoxalmente em muitos paizinhos – padres, bispos, cardeais e papas. Paizinhos a fazerem a vez da mãezinha. É tão assim que até vestem saias.
É muito bom ter tantos ombros e colos, imaginava. Tantas respostas simples a problemas que são sempre simples. Não há maior complexidade do que a simplicidade. A simplicidade quanto ao enunciado. A simplicidade quanto às respostas.
O seu bloqueio à fé, ao consolo do perfeito, advinha-lhe da sua consciência tremendamente humana. A sua imperfeição, tão dissecada, tão solitariamente comprovada, incapacitou-o de conceber, mesmo que abstractamente a perfeição.
Apesar desta sua arreligiosidade, ou se calhar por causa disso mesmo, reconhecia às religiões um papel fundamental para a preservação da espécie. São as grandes consoladoras, o analgésico barato e são um bom compêndio de normas de conduta nas relações dos homens com os outros homens. Podiam era ser mais conciliadoras.
A paulatina perda das certezas e a ausência de fé fez-lhe amar as Ideias. Quem não tem fé nem certezas tem Ideias. Ideias abstractas, de falibilidade intrínseca e de absoluta fragilidade, por mais sólidas que pareçam.
Amava assim e então as Ideias e por isso mesmo e também os Mitos. Pelas Ideias que encerram. Os Mitos.
No amor do Mito era visceralmente cristão, não discípulo do deus feito homem mas solidário daquele nazareno crucificado no seio do escárnio.
Apaixonou-se pela Ideia que o recheia, a esse Cristo enxovalhado. Uma Ideia feita de justiça, fraternidade, tolerância e compaixão. Uma Ideia assim é frágil e só sobrevive pela prova e não pela mera teorização.
Nessa Ideia encontrava o seu Bem em contraponto com o seu Mal.
Sobressaltou-se com a estridência de uma buzina.
Voltou-se assustado.
Um carro parado com o vidro aberto. Um alguém debruçado com um olhar apreensivo.
Caiu em si.
Noite de Passagem de Ano. Ele ali. Debruçado num varandim de ponte.
Que retrato mais perfeito de suicida.
Começou a rir-se. Eu não sou desses, sou demasiado teimoso para isso, pensou.
Observou, com atenção, aquele rosto crispado que me fixava.
Uma cara de uma ela com face de anjo. Não daqueles anjos rubicundos e barrocos, de barriga abundante e pele cor de leitão, com mamas balzaquianas.
Mas uma cara de anjo exactamente igual aquela que desde miúdo persistia em visitá-lo nos seus sonhos, neles entrando de rompante, deles saindo de repente. Pálida, magra, de lábios finos e olhos brilhantes.
Uma cara inocentemente perversa, infantil, embrulhada numa tremenda e visível angústia. Angústia por ele? Angústia para ele? Ainda não o sabia.
“Não se assuste, apenas tentava ver o rio”.
“Precisa de alguma coisa?”
Olhou para o relógio, apercebeu-se do frio e das gotas de água que por si escorriam.


“Preciso de uma boleia”.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Apenas partiu. Assim mesmo.

De nada se queixou, de ninguém recriminou, nem disse coisa alguma que desejasse.

Apenas partiu.

Partiu de forma completamente diferente do que tinha chegado.

Partiu de forma completamente diferente do que tinha permanecido.

O vendaval assolou enquanto durou. Terminou.

Sem pena por mais, nem lamento por menos.

O seu espaço vazio ficou como um baixo-relevo. Um baixo relevo que se atentará na justa proporção da sua memória. Nem mais um segundo.

Partiu pelo seu próprio pé.

Regressará um dia, aos sopetões pelo ar volteando, em grão de pó.

Grão de pó que se juntará a muitos grãos de pó.

Os montes são isso: uma soma imensa de retornos de partidas já esquecidas.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Canja de Perdiz


Ingredientes: 2 perdizes pequenas ,1 osso de presunto com alguma carne ,1 cebola, 3 colheres de sopa cheias de arroz , folhas de hortelã q.b.


Preparação: Limpe as perdizes, retirando as vísceras.Depois de chamuscadas, lave-as muito bem.Leve uma panela ao lume com 2 litros de água.Quando levantar fervura, junte as perdizes, o osso de presunto e a cebola inteira descascada.Cozinhe em lume brando até as perdizes ficarem macias.Coe o caldo por um passador.Leve novamente ao lume, rectifique o sal e quando retomar fervura, adicione o arroz.Cozinhe cerca de 15 minutos.Desfie as perdizes e sirva a canja com a carne desfiada e folhas de hortelã.


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Papos de Anjo



Ingredientes:


9 gemas de ovos e 1 ovo


Calda (feita com antecedência e deixar ferver cerca de 4 m): 600grs de açúcar , 500grs de água (5dl) , 1 pau de canela , casca de 1 limão (ou um pouco de rum)


Confecção:


Bater as gemas e o ovo até triplicarem de volume. Encher em formas tipo queque untadas com margarina e polvilhadas com farinha, encher até meio da forma.Cozer à temperatura de +- 230º cerca de 15-18 minutos. Desenformar os papos de anjo depois de cozidos picar-lhe a base com um garfo e mergulhá-los na calda ainda quente. Guarde a restante calda para regar os papos na altura de servir.Servir em taça, frios.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

...do Tratado de Tordesilhas...


...“Porém confiando de vós, D. Henrique Henriquez, nosso mordomo-mor, e D. Gutierre de Cárdenas, comendador-mor de Leão, nosso contador-mor, e o doutor Rodrigo Maldonado, todos do nosso conselho, que sois tais pessoas que guardareis nosso serviço e bem e fielmente fareis o que por nós vos for mandado e encomendado; .......ao dito rei de Portugal e a seus reinos e sucessores todos os mares, ilhas ..., contratos e escrituras com quaisquer vínculos, actos, modos, condições, e obrigações e estipulações, penas e submissões, e renunciações que vós outros quiserdes ....e importância que seja ou ser possa, ainda que sejam tais que por sua condição requeiram outro nosso assinado e especial mandado e de que se devesse de feito e de direito fazer singular e expressa menção, e que nós sendo presentes poderíamos fazer, e outorgar e receber.”
“Em nome de Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas realmente distintas e apartadas e uma só essência divina. Manifesto e notório seja a todos quantos este público instrumento virem, como na vila de Tordesilhas, a 7 dias do mês de Junho, ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1494 anos, em presença de nós os secretários, escrivães e notários públicos adiante escritos, estando presentes os honrados D. Henrique Henriquez, mordomo-mor dos mui altos e mui poderosos príncipes os senhores D. Fernando e D. Isabel, por graça de Deus rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, etc., e D. Gutierre de Cárdenas, contador-mor dos ditos senhores rei e rainha, e o doutor Rodrigo Maldonado, todos do conselho dos ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, etc., seus procuradores abastantes de uma parte. E os honrados Rui de Sousa, senhor de Sagres e de Beringel, e D. João de Sousa, seu filho, almotacém-mor do mui alto e mui excelente senhor o senhor D. João, pela graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves de aquém e de além-mar em África e senhor da Guiné, e Aires de Almada corregedor dos feitos cíveis em sua corte e do seu desembargo, todos do conselho do dito senhor rei de Portugal e seus embaixadores e procuradores abastantes, segundo ambas as ditas partes o mostraram pelas cartas de poderes e procurações dos ditos senhores seus constituintes. Das quais seu teor de verbo a verbo é este que se segue.
D. Fernando e D. Isabel, pela graça de Deus rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, [etc.]. Porquanto o sereníssimo rei de Portugal, nosso mui caro e mui amado irmão, enviou a nós por seus embaixadores e procuradores, Rui de Sousa, cujas são as vilas de Sagres e Beringel, e D. João de Sousa seu almotacém-mor, e Aires de Almada seu corregedor dos feitos cíveis em sua corte e do seu desembargo, todos do seu conselho, para praticar e tomar assento e concórdia com nós, ou com nossos embaixadores e procuradores em nosso nome, sobre a diferença que entre nós e o sereníssimo rei de Portugal nosso irmão é, sobre o que a nós e a ele pertence do que até agora está por descobrir no mar Oceano”...

domingo, 20 de janeiro de 2008

sábado, 19 de janeiro de 2008




…vícios meus

Não quero que me tirem os vícios
e muito menos que me os curem
que sejam amarras, prisão,
mas sem eles não seria gente,
não passaria de quimera livre,
não seria senão ficção.


(fotos MNN e Retroaunch)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

..."Vinho do Porto"...


Por ironia do destino quem me fez gostar de Vinho do Porto foi um francês, o saudoso professor François Guichard da Universidade Michel Montaigne de Bordéus, geógrafo de nomeada e investigador apaixonado do nosso “Vinho”.
Com ele aprendi a sentir no aroma do “Porto” o cheiro a estio e a valores antigos, de boa cepa, que não se reciclam nem se substituem enquanto constituintes da grandeza do Homem.
Com ele aprendi a captar nas papilas, sob o Vinho que lentamente escorre, o sabor do sol e da fraga, do trabalho árduo, da persistência, do orgulho altaneiro dos senhores da Quinta…
Com ele e através do nosso “Vinho do Porto”, aprendi a gostar ainda mais do torrão em que nasci e do sol que me amorena.
Num pequeno trago de Vinho do Porto é possível perceber porque é que “o sonho comanda a vida”.
O Vinho que se enforma no cálice da fotografia, e que se enforma com a serenidade de uma Dona Antónia sentada no seu cadeirão, tem exactamente a minha idade. É de 1964.

domingo, 13 de janeiro de 2008

sábado, 12 de janeiro de 2008

...do meu baú...




...A música e a aprendizagem...

Para quem ainda dúvida da eficácia da música em todos os processos de aprendizagem, ver AQUI.
O filme deve ver-se com o som bem alto.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

sábado, 5 de janeiro de 2008

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

...e assim começa 2008...


Há uns raros espaços que pela sua natureza conseguem transpirar as pequenas e grandes histórias de que foram local.
Essa transpiração de reminiscências nunca é concreta ou absoluta. É uma espécie de pulsar de vida – ou de vidas – vindo de um tempo que já foi.
Provavelmente nem todos conseguem senti-lo, pode ser que seja uma faculdade ou deficiência de alguns, poucos, em que eu me incluo. Digo deficiência porque eu não sei se é bom sentir esse eco. Mas, sendo bom ou sendo mau, eu sinto.
Sinto-o em certos castelos, em certas casas velhas e até mesmo em hotéis que persistem em perdurar no tempo com os seus chãos em tabuado de carvalho centenário, com os seus reposteiros pesados, com as suas tapeçarias já gastas em que o chá é servido em boa porcelana e as coisas, embora não informatizadas, funcionam, nem que façam uns ruídos esquisitos ou que demorem a fazer o que se espera.
Pode ser que essa sensação de ouvir o que já foi seja um sintoma da minha decadência, mas se o é então já nasci decadente, porque sempre o senti.
Talvez seja a decadência dos espaços que em contacto com minha decadência produza uma reacção de comunicação. Talvez. Ou talvez porque um espaço antigo é um espaço que encerra em si mesmo a relatividade do ser e eu sou cada vez mais relativo e relativizador.
E assim começa 2008.