quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Apenas partiu. Assim mesmo.

De nada se queixou, de ninguém recriminou, nem disse coisa alguma que desejasse.

Apenas partiu.

Partiu de forma completamente diferente do que tinha chegado.

Partiu de forma completamente diferente do que tinha permanecido.

O vendaval assolou enquanto durou. Terminou.

Sem pena por mais, nem lamento por menos.

O seu espaço vazio ficou como um baixo-relevo. Um baixo relevo que se atentará na justa proporção da sua memória. Nem mais um segundo.

Partiu pelo seu próprio pé.

Regressará um dia, aos sopetões pelo ar volteando, em grão de pó.

Grão de pó que se juntará a muitos grãos de pó.

Os montes são isso: uma soma imensa de retornos de partidas já esquecidas.

3 comentários:

Unknown disse...

Que história linda...
Eu que passo a vida a pedir uma pequena história linda!
Começa misteriosa, acaba sem acabar.
Que boa ideia ter vindo aqui, agora.
Hoje, alguém me contou a história que eu ando a pedir há tantos dias...

Vou guardá-la até adormecer.

Bj

nana disse...

são como os olhos de quem... partidos e.
mas.




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Stella Nijinsky disse...

Ahhh

Descobri os textos!
Genuína ideia, perspectiva interessante de ver a mudança e aquilo de que somos feitos.

Stella