sábado, 29 de setembro de 2007



A serenidade da força e da razão...Daw Aung San Suu Kyi...o rosto da Birmânia que resiste.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

1....15....18...24....30...40...43?


Nove meses menos um dia. Este foi, segundo fonte fidedigna, o período necessário à minha gestação.
Quarenta e três anos é a idade que completo hoje…relatividades temporais ou cronológicas. Sou demasiado velho para ser novo, demasiado novo para ser velho.
Não me queixo de nada, não espero nada, limito-me a viver.
Viver até que dure. E que dure apenas até ao momento em que se esgote a minha capacidade de aprender. Nem mais um segundo.
Amores os suficientes e para sempre, paixões algumas, mas conceptuais, ódios apenas à manifestação da estupidez (seja de que natureza for).
Prazeres seleccionados, bons e potencialmente mortíferos.
Amigos muito poucos, inimigos quase nenhuns, mas isto apenas porque não é meu inimigo quem quer, mas somente quem o merece.
A quem me quer bem, todas as bençãos de todos os Deuses.
A quem me quer mal…muita paciência e resignação, ainda não chegou o ar que me há-de dar.
Não sou feliz, já que a felicidade é apanágio dos tontos, dos santos e dos abnegados, mas tenho o engenho e arte para viver muitos momentos felizes.

Filha feita, árvore plantada e livro escrito.

Sou uma pessoa com sorte, sorte que se consubstancia em ti, com quem divido e partilho a maior parte do meu trilho, e em ti que és tu e mais a minha multiplicação dividida por dois.
A quem já não está, mas está-me sempre presente, e também nisso tenho sorte,…saudade serena e imensa.


A todos o que merecem, muito obrigado.
Aos outros…vão para o diabo.

P.S. A minha fiha diz-me que corro o risco de ter um ataque cardíaco, de ter um cancro pulmonar, de sofrer um AVC e de colesterolexplodir…nem me atrevo a dizer: até para o ano.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

...e cá vai mais um bom livro...


«Era uma vez, numa época em que Nova Iorque vivia e respirava, um homem marcado pela morte, como todos nós. Chamava-se Arnold Rothstein e era ele próprio o único deus que adorava, e era um grande homem e um grande pecado».

Assim começa Nick Tosches a biografia de Arnold Rothstein, a qual vai muito além de um mero relato biográfico; é não só uma elegia à antiga Nova Iorque mas também uma história do mundo e das suas idiossincrasias, ao estilo inimitável de Nick Tosches…

domingo, 23 de setembro de 2007

sábado, 22 de setembro de 2007

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Bastonário ????

Fiquei espantado por saber que o Bastonário da Ordem dos Advogados aceitou patrocinar o casal McCann.
Eu não sei se o dito casal é culpado do que quer que seja, mas sei que o Bastonário da Ordem dos Advogados Portugueses não devia ter aceite tal incumbência.
Não é que não possa…apenas não é decente que o faça. E tantas são as razões que configuram a dita indecência que me abstenho de as inumerar.
Uma "obra prima" AQUI

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007


Hoje não sei porquê senti-te muito perto. Nunca aprenderei a desenhar e a pintar rosas como tu..no entanto pega esta.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

...mais um livro que vale a pena....




Descobri Pedro Juan Gutierrez há uns anos – não muitos – e fiquei fascinado com a sua escrita.
Só conheço os seus romances editados em Portugal – Trilogia Suja de Havana, Animal Tropical, O Insaciável Homem Aranha, o Rei de Havana e o último cá publicado, O Nosso GG em Havana – e considero-o um dos melhores escritores da contemporaneidade.
Gutierrez é Cuba e Cuba é um testemunho muito exacto do que é a Humanidade.
A sua escrita utiliza uma linguagem quase cinematográfica, directa, dura, hiper-realista, onde todas as coisas significam exactamente essas coisas, uma raridade na literatura.
Não é um escritor para estômagos frágeis mas é imperdível para quem gosta de ser surpreendido e que no imenso lixo pseudo-literário dos nossos tempos já muito dificilmente se pode surpreender.
Para saber mais sobre Pedro Juan Gutierrez clicar AQUI

domingo, 16 de setembro de 2007

Aquilino Ribeiro será trasladado para o Panteão Nacional no próximo dia 19




Mestre,

No próximo dia 19 o teu corpo será trasladado para o Panteão Nacional. É onde deve estar, ao lado de outros que da lei da morte se libertaram.
Li-te aos 18 anos. Li-te quase todo de rajada, uns livros atrás dos outros, dos romances aos contos.
Comecei a ler-te por mero acaso, por desenfado, num dia em que não tinha outro livro a jeito. Comecei com desconfiança achando, no entanto, piada ao título do dito: “Andam Faunos pelos Bosques”.
Ao fim das dez primeiras páginas percebi que só iria parar de o ler na última. Ao fim das dez primeiras páginas decidi que tinha que te ler todo.
Nota bem Mestre, que eu aos 18 anos já tinha devorado Sartre, Kafka, quase todos os da “Geração Perdida”, com destaque para o Hemingway, Fitzgerald, Steinbeck e Passos e já tinha dissecado o Eça e o Camilo. Enfim Mestre, eu aos 18 anos, já não era propriamente um amador nestas coisas do ler e por isso mesmo o efeito que as tuas palavras escritas provocaram em mim foi espantoso.
Tornaste-te o meu escritor português preferido e um dos melhores escritores com que tive a sorte de encontrar e confrontar em toda a minha vida.
És o Mestre do Portugal Profundo, que muitos julgam, erradamente, desaparecido. És o arauto permanente daquela alma esconsa, labiríntica, rude e cortante como as fragas, cristalina e alegre como a água das nascentes do alto, radiosa como o sol de Estio e assassina como o frio brusco e afiado do Inverno.
És o Mestre no apontar de enigmas tão velhos quanto a humanidade, és o Mestre na autópsia da natureza humana.
Também roçaste as cidades e provaste que as entendias como ninguém e percebias perfeitamente a desilusão do operário e a revolta do anarquista.
Mestre, é pena que te leiam tão pouco e que de ti só quase retenham o anedotário do “Malhadinhas”.
É pena, não por ti mas por nós.
Obrigado.

“De pena na mão procuro ser independente, original, inteiriço como um bárbaro.”(Aquilino Ribeiro)

“Cada escritor pode e deve fazer tudo o que quiser, desde que não se arme em fariseu e não esteja nunca contra os simples, de braço dado com os trafulhas, nem contra os fracos, de barco dado com os poderosos.” (Aquilino Ribeiro)

“Olhem sempre em frente, olhem o Sol, não tenham medo de errar, sendo originais, iconoclastas e anti, o mais anti que puderem, e verdadeiros, fugindo aos velhos caminhos trilhados de pé posto e a todas as conjuras dos velhos do Restelo. Cultivem a inquietação como fonte de renovamento." (Aquilino Ribeiro)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

...algo que vale mesmo a pena ver (ou rever)...







A RTP Memória está a transmitir ao fim da tarde e a altas horas da madrugada a série da BBC, produzida em 1976, baseada na obra de Robert Graves, “I, Claudius”, originalmente publicada em 1934, protagonizada por Derek Jacobi no papel de Claudius, retratando a vida do Imperador Cláudio e da dinastia a que pertencia Júlia-Cláudia.
É dos raros casos em que um livro fabuloso deu origem a uma série extraordinária.
Vi esta série há muitos anos, julgo que ainda a “preto e branco” e é com enorme prazer que a revejo hoje.
Não só porque sou um apaixonado pela Civilização Romana, na minha opinião a mais fascinante produzida pela Humanidade, mas também porque é efectivamente um grandioso momento de televisão. Ao que julgo saber já está editada em vídeo ou dvd.
Para saber mais sobre esta série clicar AQUI

PS...Um destes dias irei escrever sobre Roma e sobre a sua Civilização...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

...onze de setembro...11.IX...11.09...


Há seis anos, no dia 11 de Setembro de 2001, morreram, trágica e dramaticamente, em vão milhares de seres humanos.


A causa das suas mortes reside na estupidez.

A estupidez que caracteriza a arrogância.
A estupidez que caracteriza a violência.
A estupidez que caracteriza a intolerância.
A estupidez que caracteriza o fanatismo.
A estupidez que caracteriza a ganância..

Seis anos passaram sobre o 11 de Setembro de 2001.
Seis anos depois o Mundo está ainda pior.

“Cogito ergo sum” ???

domingo, 9 de setembro de 2007

...I beg your pardon?!!!...Nazis Judeus???!!...

“Oito indivíduos, suspeitos de serem neonazis, foram detidos pela polícia israelita. Com idades entre os 17 e os 19 anos, todos são acusados de ataques a estrangeiros, judeus religiosos e homossexuais. Os oito jovens têm cidadania israelita, mas são provenientes da antiga união soviética” (fonte Portugal Diário)

...outro livro que quanto a mim vale a pena...


...da Bienal de Cerveira...



Da Bienal de Cerveira um olhar sobre a obra de João Carqueijeiro. Quando a força imensa do calor força os elementos a refundirem-se uns nos outros, numa simbiose das entranhas, em que ao artista é dado o privilégio de formatar , com “engenho e arte” os limites formais – e não as leituras – dessa mesma transformação.

Este conjunto, quase casular, imaginado como uma espécie de deambulatório a ser percorrido com a humildade de quem se defronta e confronta com forças que lhe são manifestamente superiores, merecia outro enquadramento. Um enquadramento mais íntimo, mais resguardado, menos luminoso, em que as sombras e a disposição dos elementos fizessem sobressair, como numa nave românica, a obrigatoriedade de todos os passos pelas penas da existência.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Click na Imagem


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

...portas no youtube...no comments...

...graffitis...




Quando falamos de “graffiti” estamos a referir-nos a uma manifestação marcadamente urbana, que nem sempre é de carácter artístico.

Um “graffiti” procura, quase sem excepções, transmitir uma determinada mensagem cuja descodificação poderá ser apenas possível a “iniciados” – e como exemplo temos aqueles que se limitam a ser reproduções de caracteres à laia de hieróglifos contemporâneos – ou, então, possível a um vasto público, nos casos em que a mensagem pictórica é clara, sendo fácil a interpretação dos factos ou circunstâncias que o “graffitador” pretendeu publicitar.

Os “graffitis” de carácter hermético – pelo simples facto de o serem – não têm qualquer função social a não ser funcionarem como uma espécie de escape ou catarse do “graffitador”. Esses graffitis são, em regra, apenas atentados ao património alheio, efectuados gratuitamente, com uma fúria insana e inconsequente que não excede do ponto de vista das consequências sociais, muitas vezes, a destruição pura e simples do suporte físico, constituindo, ma maior parte dos casos um crime condenável, não tanto pelo que revela mas sobretudo pelo que destrói.

É aquilo que eu chamo lixo urbano, manifestações quase patológicas de energúmenos idiotas.

Já o outro género de graffitis, em que o autor(es) procura que a sua mensagem seja perceptível pela comunidade, em que há uma manifesta preocupação social – seja ela qual for – e em que – sobretudo – o “graffitador” tem talento artístico, é algo, que de uma forma geral me agrada bastante, especialmente quando é efectuado sobre suportes sem valia intrínseca, como por exemplo muros velhos, obras abandonadas, taipais inestéticos, etc.

Estes “graffitis” seguem uma tradição cultural muito antiga que, sem grande esforço intelectual, podemos recuar até às pinturas rupestres, passando pelos frescos clássicos e renascentistas até às pinturas murais dos loucos anos 20 do século passado.

É verdade que quase todos os graffitis são criados em propriedade alheia, pública ou privada, mas é igualmente verdadeiro que quando são de qualidade valorizam social e esteticamente superfícies normalmente degradas pela incúria.

Todas as cidades têm exemplos dos vários tipos de graffitis. Tem graffitis que não passam de uma irresponsável destruição de património, inconsequentes e absurdos e têm graffitis que são manifestações sociais, perspectivadas em obras estética e artisticamente de grande valia.

Se os primeiros devem ser reprimidos e eliminados e os seus autores severamente punidos – como por exemplo aqueles efectuados sobre a superfície de monumentos, de equipamentos públicos, do género de paragens de autocarro e metro e quiosques, sobre paredes e muros de prédios e moradias habitadas e cuidadas – outros, da “segunda categoria” por mim referida, como por exemplo aqueles que são produzidos em edifícios abandonados, estruturas eternamente em obras, taipais feios, muros cinzentos e áridos e que do ponto de vista da mensagem há um intenção e percepção de carácter social, estética e artística, esses devem ser apreciados e até mesmo protegidos.

Uma cidade, conforme afirmou Giulio Carlo Argan - e que eu não me canso de repetir – é uma mais extraordinária das obras de arte, e uma cidade é quanto mais rica quanto mais variadas e inteligentes forem as suas manifestações.