Da Bienal de Cerveira um olhar sobre a obra de João Carqueijeiro. Quando a força imensa do calor força os elementos a refundirem-se uns nos outros, numa simbiose das entranhas, em que ao artista é dado o privilégio de formatar , com “engenho e arte” os limites formais – e não as leituras – dessa mesma transformação.
Este conjunto, quase casular, imaginado como uma espécie de deambulatório a ser percorrido com a humildade de quem se defronta e confronta com forças que lhe são manifestamente superiores, merecia outro enquadramento. Um enquadramento mais íntimo, mais resguardado, menos luminoso, em que as sombras e a disposição dos elementos fizessem sobressair, como numa nave românica, a obrigatoriedade de todos os passos pelas penas da existência.
2 comentários:
Sabes que não tinha visto este post?
Só o teu olhar (fotográfico) conseguiu o impossível: fazer-me não ver o ruído em volta.
Adorámos o teu texto.
Eu adorei o teu texto!...
Eu gostei muito da obra do João. Concordo com o MNN.
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