sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
...dos factos, do tempo, da carta, da política...
A gestão dos factos e do tempo assume especial importância na política. Saber lidar com os factos, valorando-os na sua justa proporção, perceber as suas causas e consequências, é a forma mais prudente para se levar a “carta a Garcia” e exige inteligência e treino.
Tudo vale conforme cada um de nós valoriza, nem mais nem menos, e essa valoração é pessoal e indelegável. A gestão do facto não passa pela atribuição alheia de importância, atribuição essa, que na maior parte dos casos, resulta da ignorância pura e simples ou de estratégias que não residem no facto em si mesmo mas em circunstâncias diversas. Para lidar com isso é preciso “calo” e saber, com rigor, perceber o que se esconde para lá do aparentemente óbvio. É uma espécie de estar sentado, descansando e observando, próprio daqueles que já vieram do sítio para onde os outros acabam de partir.
A gestão do tempo é, também, igualmente importante. O tempo tem que a ser, na medida máxima das possibilidades, o nosso tempo e não o tempo dos outros. Dar tempo ao tempo na exacta proporção que o tempo precisa para ser o tempo certo.
Quem se assenhoria do tempo, descobre com facilidade o modo certo e condiciona as circunstâncias.
O estar só ajuda muito na aquisição da ciência do controlo dos factos e dos tempos. Essa solidão é uma experiência fundamental para esse conhecimento, sobretudo quando se lida com muita gente que não sabe que, no fundo no fundo, também está só. Saber-nos sós, de nós apenas dependentes, auxilia-nos muito nas solidariedades que escolhemos assumir e manter, custe o que custar. A quem a merece. Sempre.
No entanto não há caminho consistente a seguir sem trabalho – muito trabalho – e sem aprendizagem. Saber, tentar perceber, analisar e trabalhar – trabalhar sempre – são tónicos da inteligência e ases de trunfo de quem sabe que está só.
Há muita gente – e não faltam exemplos disso na política – que se escora noutros alicerces, como por exemplo ligações familiares, fortunas pessoais, comprometimentos com o que e com quem não se deve e até a diarreia verbal. Mas esses só muito raramente levam a “carta a Garcia”, na maior parte dos casos desaparecem dissolvidos na sua própria vacuidade. Pode demorar mais ou menos tempo, mas no fim a carta que lhes coube entregar nunca chega ao seu destino.
Também é preciso preferir a expressão “não” ao simpático “sim” e não ter medo nunca, sejam quais forem as circunstâncias, de saber conjugar o verbo “poder” (não o substantivo), muito especialmente na primeira pessoa do singular.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
...um esquema do capitalismo neo-liberal...
O Artolas, com a ajuda de uma sociedade financeira muito idónea, gerida por um ex-secretário de Estado das Finanças, coloca no chamado mercado de futuros acções da futura fábrica do rato atómico a um preço unitário de x, prometendo a recompra no espaço de seis meses pelo preço unitário de x+1.
Ao mesmo tempo o Artolas revende as acções que ainda não tem, que vendeu a x e recomprou a x+1 ao Banco de Investimentos Fatais pelo preço unitário de x+2, Banco esse que por sua vez…..
Bastava um pouco de atenção e pela análise do futuro produto que a futura prática iria produzir logo se perceberia que estaríamos perante um esquema típico do capitalismo neo-liberal: fabricar um rato atómico dá trabalho, mas é possível, fazê-lo cantar ópera é um must extraordinário mas de difícil execução…agora transformar o Eng. Sócrates num socialista, topa-se logo que é um conto do vigário.
domingo, 5 de outubro de 2008
...o coração tem razões que a própria razão desconhece...
Sou aquilo a que se chama um republicano monárquico.
A razão fez-me Republicano porque acredito que todos os Homens nascem iguais e que a todos é devido iguais oportunidades, crença que obviamente contraria os privilégios de berço.
O coração fez-me monárquico porque acredito no poder simbólico, antigo e congregador do Rei. Poder intrínseco que não se vende nem compra, que não se adultera por causas das circunstâncias, que passa, perpassa, trespassa e ultrapassa todos os Reis, bons ou maus, de geração em geração até ao fim dos tempos.
sábado, 4 de outubro de 2008
...xenofobia ou bom senso?....
"Um imigrante com o respectivo processo de legalização em curso que seja constituído arguido num processo crime deve ver o dito processo de legalização suspenso.
Um imigrante com o respectivo processo de legalização em curso que seja condenado no âmbito de um processo crime deve ver recusada essa mesma legalização."
Estas foram as propostas de Paulo Portas. Será que são xenofobas ou que correspondem a um procedimento lógico?
Faz algum sentido proceder à legalização – que visa a integração jurídica numa dada sociedade – de alguém que manifestamente não respeita as regras de funcionamento de uma sociedade em que se quer integrar?