terça-feira, 7 de abril de 2009

...tome nota: nunca durma antes do jantar....

Às vezes é péssimo dormir um pouco antes do jantar. É um sono desregrado, propício a pesadelos. Hoje adormeci antes do jantar e tive um pesadelo. Nesse pesadelo apareceu-me uma velhinha que sentada num cadeirão com almofadas floridas, tricotando, desatou com a seguinte lengalenga:

O verdadeiro poder do mundo tem sede incerta, centros e sucursais ocultas. Desenganem-se todos aqueles que acreditam que o dito reside nos órgãos dos estados ou de blocos de estados. O que aí reside não é o poder mas sim as suas manifestações convenientes, adequadas ao sossegar das massas a que nós, comuns mortais, pertencemos.
O poder situa-se nos “inner circles” do poder que são os conselhos restritos das multinacionais, as cúpulas das sociedades secretas e dos clubes exclusivos e demais “capelas” exclusivas. Esta contestação não resulta de uma qualquer mania da conspiração mas sim da própria análise assente num correctíssimo processo empírico.
Em Portugal, para além dos poderes do estado consagrados na Constituição da República, existem outros, muito mais poderosos, cujas imprevistas e indesejáveis manifestações públicas ocorrem de vez em quando. Refiro-me ao poder das lojas maçónicas, a poder de certos grupos religiosos institucionalizados, ao poder de certas oligarquias empresariais. Esses poderes do “inner circle” do nosso poder formal e constitucional são transversais a todos os sectores da sociedade. Condicionam o poder político face ao poder económico, condicionam o poder judicial aos dois anteriores, numa espécie de dança muito silenciosa, porém muito remexida.
Se estivermos todos com atenção, e nos lembrarmos da caverna de Platão e no poder do reflexo, podemos vislumbrar alguns rostos. Rostos que são, sem qualquer dúvida, rostos mais chegados desses poderes do “inner circle” do poder. Aparecem sempre, há anos que aparecem sempre. Uns vindos do exílio, outros de Angola e Moçambique, outros ainda – bastantes – de Macau.
São esses os capos-comissionistas dos verdadeiros detentores do poder (o País é pequeno, não tem condições propícias à domiciliação de “Dons”).”


Acordei estremunhado e muito mal-disposto.

1 comentário:

mdsol disse...

Pois. Mas valeu a má disposição porque a velhinha é muito lúcida no que, em sonhos, te disse!

:)))