“a tua visão da vida é sempre estética.”
Esta afirmação de “Um ar de” no seu comentário ao meu “post” anterior, suscitou-me a vontade de pensar nisso. A sua constatação resultou, em mim, numa provocação….
Sou, antes de tudo o mais, um cultor de sensações. Sensações que me alimentam a minha “ideia” de e da vida. Essa ideia é uma construção harmónica, alicerçada em consonâncias mas também em dissonâncias, que é o mesmo que dizer que a minha harmonia ideal – pensada e prosseguida – é feita de equilíbrios e desequilíbrios, de pontos com contrapontos mas também de pontos e desapontos (e aqui nasce um neologismo).
Cultivo, até ao limite – às vezes para além do chamado limite racional ou tolerável, porque nunca me coibi de arriscar a própria vida, pulsão que nem os alegados deveres perante um papel social nem o estatuto de paternidade, conseguiram eliminar.
Busco a sensação, de forma incessante, quer no objecto, se for suficiente, quer em mim mesmo, forçando o objecto a ser reagente em fórmula química interior.
Tento esgotar nesse dito objecto – e nele tudo cabe – a minha capacidade de absorção sensorial e se perceber que isso não basta, forço-me a arrancar-lhe o que falta para além dos sentidos.
A vida para mim não é em si mesma mas também não é uma passagem. Para mim a vida é um instrumento. Um instrumento a usar até à exaustão, sabendo sempre que não sei para o que serve, a não ser que sei que serve para a dissecação.
Essa dissecação é uma provocação permanente e assim sendo, sou muito mais um provocador que provoca para se auto-provocar que um esteta. Um esticador de cordas – e quanto a isso a idade ajudou a saber, quase com exactidão, até onde esticar, a parar no exacto micro-segundo, antes que as mesmas se partam.
Se a economia fosse feita de sensações eu seria, sem qualquer dúvida, um dos Onassis do planeta. Tenho uma enorme arca cheia de memórias – pegadas na alma – altamente rentáveis, mas apenas na minha Wall Street interior e privadíssima.
Esta afirmação de “Um ar de” no seu comentário ao meu “post” anterior, suscitou-me a vontade de pensar nisso. A sua constatação resultou, em mim, numa provocação….
Sou, antes de tudo o mais, um cultor de sensações. Sensações que me alimentam a minha “ideia” de e da vida. Essa ideia é uma construção harmónica, alicerçada em consonâncias mas também em dissonâncias, que é o mesmo que dizer que a minha harmonia ideal – pensada e prosseguida – é feita de equilíbrios e desequilíbrios, de pontos com contrapontos mas também de pontos e desapontos (e aqui nasce um neologismo).
Cultivo, até ao limite – às vezes para além do chamado limite racional ou tolerável, porque nunca me coibi de arriscar a própria vida, pulsão que nem os alegados deveres perante um papel social nem o estatuto de paternidade, conseguiram eliminar.
Busco a sensação, de forma incessante, quer no objecto, se for suficiente, quer em mim mesmo, forçando o objecto a ser reagente em fórmula química interior.
Tento esgotar nesse dito objecto – e nele tudo cabe – a minha capacidade de absorção sensorial e se perceber que isso não basta, forço-me a arrancar-lhe o que falta para além dos sentidos.
A vida para mim não é em si mesma mas também não é uma passagem. Para mim a vida é um instrumento. Um instrumento a usar até à exaustão, sabendo sempre que não sei para o que serve, a não ser que sei que serve para a dissecação.
Essa dissecação é uma provocação permanente e assim sendo, sou muito mais um provocador que provoca para se auto-provocar que um esteta. Um esticador de cordas – e quanto a isso a idade ajudou a saber, quase com exactidão, até onde esticar, a parar no exacto micro-segundo, antes que as mesmas se partam.
Se a economia fosse feita de sensações eu seria, sem qualquer dúvida, um dos Onassis do planeta. Tenho uma enorme arca cheia de memórias – pegadas na alma – altamente rentáveis, mas apenas na minha Wall Street interior e privadíssima.
1 comentário:
Querido amigo,
Li e apreciei imenso [com a mesma atitude... :)].
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Pois chames-lhe, tu, uma busca de sensações, uma dissecação permanente, uma incessante provocação... e, eu, continuarei a sentir o mesmo: por vezes, a suspensão do pensamento, a pura contemplação [estética, pois então!].
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E o facto de tu não teres essa intenção, como uma busca, como a tua marca, não impede que quem te "lê" a sinta ou a perceba, enganada ou não.
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Depois, nada do que escreves, agora, me parece incompatível com o que te disse antes [enganada ou não]...
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As palavras, depois de escritas, depois de lidas e relidas, de facto, já não nos pertencem, totalmente, não é?
Ficam, assim, à mercê das muitas leituras e de muitos leitores.
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Ainda podemos conversar sobre isso, porque estamos vivos e bem despertos... e é um privilégio, vendo bem.
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Gostei, particularmente, deste "post" e de um ar de provocação...
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[Beijo........]
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