quarta-feira, 31 de outubro de 2007

...


…naufrágio

E tu raio de luz, que tantas opacas paredes minhas trespassaste,
porque assim te foste ou apagaste?
Porque me trouxeste o cinzento
deste solitário e desatinado momento,
em que apesar desta tanta gente me sinto num deserto imenso?
Sou um instinto feito nau fantasma que segue só a rota que sabe certa,
perdido o astrolábio, caído na correnteza,
apagada no firmamento a sua estrela do norte
fazendo da sua enseada, em desespero improvisada, mas inevitavelmente certa
um naufrágio comedido e silencioso chamado morte.