Ontem, tal e qual como milhares de outros portugueses, assisti à festa do 50º aniversário da Rádio Televisão Portuguesa.
Sendo eu um produto da colheita de 1964, a minha sombra televisiva foi, evidentemente, a RTP.
O primeiro programa televisivo de que me lembro, claramente, foi a chegada do Homem à Lua, em 1969, a que assisti olhando, espantado, para a velha Grundig lá de casa.
A RTP, mais do que uma empresa televisiva, é uma espécie de estante da nossa memória colectiva e uma arca de muitas das nossas referências pessoais.
Que saudades de Vitorino Nemésio, de David Mourão Ferreira, de Vasco Granja, de José Carlos Ary dos Santos, e de tantos e tantos outros.
Que saudades da Pipi das Meias Altas, dos Pequenos Vagabundos e da Bonanza.
Que saudades do Mr. Magoo, do Tom & Jerry e do Duffy Duck.
Foi através da RTP que me confrontei com o outro lado da Guerra Colonial, intuído nas tristíssimas mensagens natalícias dos soldados portugueses no Ultramar, foi na RTP em que dei conta da nova manhã de Abril – e ainda me recordo perfeitamente de assistir à primeira conferência de imprensa da Junta de Salvação Nacional – e foi através da RTP que me horrorizei com a morte de Francisco Sá Carneiro e de Adelino Amaro da Costa.
Parabéns RTP.
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