Foi encontrado morto, sentado num banco do jardim público, um homem de idade mediana.
Não possuía quaisquer documentos com ele, a não ser um caderno de apontamentos e um livro estafado.
O caderno estava repleto de notas, escritas com letra miudinha, relacionadas com centenas e centenas de aldeias, vilas e cidades visitadas pelo defunto.
O livro, guardava entre as suas amareladas páginas, uma velha receita médica não aviada, um minúsculo ramo de alfazema seca e cinco guardanapos de papel cheio de desenhos de casas, gentes e montes.
A última pessoa a vê-lo com vida, foi uma rapariga que passeava o seu cão pelo jardim, que declarou que só o fixou porque ao passar por ele reparou nos seus olhos. Segundo ela, nunca se tinha deparado, até então, com um olhar tão triste.
A polícia, após aturadas investigações, usando o caderno de apontamentos como pista, chegou à conclusão que o morto apesar de ter visitado e visto centenas de locais, não foi, estranhamento, neles visto por ninguém.
Não tendo sido identificado o corpo e porque ninguém se queixou do desaparecimento, foi levado da morgue e enterrado em vala comum.
1 comentário:
queria abraçá-lo, a esse defunto....
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