terça-feira, 9 de junho de 2009

...é serviço de Portugal. E tem que se cumprir...


"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir." (D. Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, Junho de 1776).

Josepho I / Luzitaniae et Braziliae Rege Fidelissimo / LUDIVICUS ALBUQUERQUIUS A MELLO PARERIUS CACERES / Regiae Majestatis a Concillis / Amplissimae Hujus Matto Grosso Provinciae / Gobernator ac Dux Supremus / Ipsius Fidelissimae Regis Nutu / Sub Augustissimo Beirensis Principis Nomine / Solidum Hujus Arcis Fundamentum Jaciendum / Curavit / Et Primus Lapidem Posuit / ANNO CHRISTI MDCCLXXVI / DIE XX MENSIS JUNII [Sendo José I, Rei Fidelíssimo de Portugal e do Brasil, Luiz Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, por escolha da Majestade Real, Governador e Capitão-General desta vastíssima Província do Mato Grosso, planejou para ser construída a sólida fundação desta Fortaleza sob o Augustissimo nome do Príncipe da Beira com o consentimento daquele Rei Fidelíssimo e colocou a primeira pedra no dia 20 do mês de junho do ano de Cristo de 1776]

“O Real Forte do Príncipe da Beira, também conhecido como Fortaleza do Príncipe da Beira, localiza-se na margem direita do rio Guaporé, atual Guajará-Mirim, no município de Costa Marques, estado de Rondônia, no Brasil.
Em posição dominante na fronteira com a Bolívia, esta fortaleza é considerada uma das maiores edificadas pela Engenharia Militar portuguesa no Brasil Colonial, fruto da política pombalina de limites com a coroa espanhola na América do Sul, definida pelos tratados firmados entre as duas coroas entre 1750 e 1777.”


Este Real Forte do Príncipe da Beira, construído em “pedra e cal” nos confins da Amazónia (onde não havia nem pedra nem cal) lança-nos à cara, violenta e brutalmente, o que nós deveríamos ser hoje, porque fomos e já não somos. Fomos um Povo pobre, de pouca almas, que nos refizemos nas sete partilhas. Com suor, sangue e muitas lágrimas, construímos Príncipes da Beira e muitas cidades pelo mundo, com engenho, arte e muita – ai tanta - coragem. Porque era “serviço de Portugal” e tinha-se que cumprir.
Desgraçadamente esquecemo-nos que somos herdeiros de “tal gente”. E hoje não era preciso que construíssemos fortes ou salgássemos o mar com as lágrimas de Portugal, bastaria que fizéssemos um País de jeito, um País em que os nossos tetranetos pudessem ter o mesmo orgulho e comoção que eu tenho a olhar e perceber o Real Forte do Príncipe da Beira.

1 comentário:

Anónimo disse...

q país lindo, de pessoas lindasss, respeito é preciso, bom dia