A propósito da canção “My secret life” de Leonard Cohen que me acompanhou ontem a tratar de uma tela que me está a dar bastante trabalho, dei comigo a pensar que todos temos uma vida secreta. Não há ninguém que não a tenha. Uma vida em que vivemos deliberadamente sós, connosco e com as nossas tralhas. É nessa vida secreta que decorre paralelamente à outra, a outra que é visível e partilhável, que nós somos essencialmente.
Para quem acredita num “julgamento final” será sobre os factos dessa vida oculta que o juízo será ditado e não sobre os factos da outra, que nem sempre estão associados e raramente têm correspondência.
É nessa vida dupla, ou melhor dizendo intrínseca, essencial e íntima, que nós guardamos os nossos verdadeiros porquês, as nossas eventuais grandezas e misérias.
Essa vida, que cada um de nós tem, para além da outra, é o único retrato fiel e posteriormente fiável do nosso tempo, modo e circunstâncias. Há quem lhe chame consciência, mas eu acho que nem bem isso, é algo mais amplo, onde a consciência interage mas não esgota.
Para quem acredita num “julgamento final” será sobre os factos dessa vida oculta que o juízo será ditado e não sobre os factos da outra, que nem sempre estão associados e raramente têm correspondência.
É nessa vida dupla, ou melhor dizendo intrínseca, essencial e íntima, que nós guardamos os nossos verdadeiros porquês, as nossas eventuais grandezas e misérias.
Essa vida, que cada um de nós tem, para além da outra, é o único retrato fiel e posteriormente fiável do nosso tempo, modo e circunstâncias. Há quem lhe chame consciência, mas eu acho que nem bem isso, é algo mais amplo, onde a consciência interage mas não esgota.
3 comentários:
Já tinha pensado nessa vida secreta.
Talvez, não da mesma forma... mas secreta, sim.
[Beijo em segredo]
eu chamo-lhe o "espaço da minha caixa negra" no sentido em que supostamente mais ninguém lá entra...e apoio-me sempre no M. Torga quando ele refere que o homem nasce só e só há-de morrer...
:)
A metáfora da "caixa negra" é interessante.
No entanto, não é inviolável...
Que especulações se fariam, depois de nós?
Quanto a morrermos sós... pois terá bem mais significado do que nascermos sós, já que, desta última parte, só em sonhos sensoriais parece podermos lembrar-nos, vagamente [em sensações, apenas...].
[Beijos para os dois...]
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