O que se está a tentar fazer em relação ao Mercado do Bolhão é, na minha opinião, um duplo atentado: um atentado contra o património material e contra o património mental.
Se o primeiro é grave – e que se traduz não apenas na descaracterização material mas também na descaracterização funcional -, o segundo é extraordinariamente grave porque revela uma visão da urbe assente na ignorância da sua História e natureza e uma visão social assente no mercantilismo estúpido e num conceito de modernidade parolo e arrogante.
O Bolhão não era apenas um espaço comercial de características cada vez mais raras em Portugal – embora preservadas em toda a Europa. O Bolhão era muito mais do que isso: era a materialização de uma das facetas da alma tripeira. Era um espaço de sons, ruídos, cores e cheiros que o Povo teimava em preservar e que vinham do tempo em que a cidade fazia sentido porque havia campo e o campo fazia sentido porque havia cidade.
O Bolhão era um espaço-cadinho de paixões, de exageros de toda a espécie, de camisas suadas e de vozes enrouquecidas. O Bolhão era o Porto. O Porto com a sua específica nobreza que recusava o garrote da Nobreza, o Porto que comia tripas para que houvesse carne para o que importasse. Era o Porto, aquele Porto que alguns teimam em fazer desaparecer, sem perceberem que sem esse Porto, o Porto não faz qualquer sentido.
Se o primeiro é grave – e que se traduz não apenas na descaracterização material mas também na descaracterização funcional -, o segundo é extraordinariamente grave porque revela uma visão da urbe assente na ignorância da sua História e natureza e uma visão social assente no mercantilismo estúpido e num conceito de modernidade parolo e arrogante.
O Bolhão não era apenas um espaço comercial de características cada vez mais raras em Portugal – embora preservadas em toda a Europa. O Bolhão era muito mais do que isso: era a materialização de uma das facetas da alma tripeira. Era um espaço de sons, ruídos, cores e cheiros que o Povo teimava em preservar e que vinham do tempo em que a cidade fazia sentido porque havia campo e o campo fazia sentido porque havia cidade.
O Bolhão era um espaço-cadinho de paixões, de exageros de toda a espécie, de camisas suadas e de vozes enrouquecidas. O Bolhão era o Porto. O Porto com a sua específica nobreza que recusava o garrote da Nobreza, o Porto que comia tripas para que houvesse carne para o que importasse. Era o Porto, aquele Porto que alguns teimam em fazer desaparecer, sem perceberem que sem esse Porto, o Porto não faz qualquer sentido.
2 comentários:
excelente
Assino por baixo da mariadosol :)
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