segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

...numa noite de folia...




Num ápice o céu fechou-se à terra com uma campânula de chumbo

Um cheiro a enxofre, num zumbido de varejeiras, invadiu o espaço entre o chão e a carapaça plúmbea.

Um ribombar imenso, em crescendo, obrigava as gentes a protegerem desesperadamente os ouvidos entre as mãos, que comprimiam sem tento as cabeças.

E um raio, uma espada de fogo, veio desarvorado do alto e quando bateu no chão serrou-o como se de manteiga se tratasse e nesse buraco sem fim, homens, mulheres e crianças foram engolidas, trituradas com pedra, vidro, betão, sentires, desejos e sonhos.

Num minuto, que nem sessenta segundos teve, os deuses varreram todo o lixo para debaixo da carpete.

Sem comentários: