sábado, 1 de março de 2008

...a renúncia do Cavaleiro...


Já percorri freneticamente todo o meu labirinto até que me conformei com a não saída.
Já desafiei o medo para lá do perigo de vida, por recusar viver a vida de outra forma.
Já vivi todas as paixões e conquistei o essencial prazer do amor.
Já percebi que as causas que abracei não se ganham mas merecem a persistência da minha luta.
Já substitui a avidez pelo ter pelo o encantamento do conhecer.
Já desmontei do cavalo, despi a armadura, tirei o elmo, pousei a espada e fiz-me pacífico.
Agora só me falta amputar alguma da soberba razão para reaprender a Fé.
Por tudo isso, meus Senhores e Pares, renuncio ao meu estado e condição.
Serei, a partir de hoje, só eu.
Eu e as minhas memórias.
Guardar-vos-ei na minha alma.

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